domingo, 25 de agosto de 2013

Devo não nego e pago quando tiver dinheiro,Dívidas dos brasileiros batem novo recorde

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro cresceu em junho pelo sexto mês consecutivo e bateu novo recorde. O valor total das dívidas correspondia, naquele mês, a 44,82% da renda do trabalhador nos últimos 12 meses, segundo dados do Banco Central, ante o recorde anterior de 44 52% em maio. No final do ano passado, estava em 43,41%. Em junho de 2012, em 43,18%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,41% da renda em junho, ante 30,45% em maio. Nesse caso, o recorde continua sendo os 31,49% de agosto de 2012.

O BC também divulgou dados sobre o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera valores mensais para renda e para as prestações pagas aos bancos. As prestações correspondiam a 21 52% da renda mensal dos trabalhadores em junho, ante 21,5% em maio. Houve, no entanto, queda em relação a junho de 2012, quando o comprometimento estava no valor recorde de 22,96%. O aumento do endividamento das famílias, ao lado da desaceleração do emprego, é apontado por analistas como um dos fatores que contribuem para um resultado mais fraco das vendas do comércio este ano e desaceleração do PIB.

Na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, afirmou que observa o recuo na inadimplência da pessoa física e jurídica, apesar da tendência de alta no endividamento. Ele ponderou, no entanto, que a tomada de crédito para o consumo está em linha com crescimento da renda das famílias e que o endividamento para habitação tem crescido mais.

No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC ponderou que a elevação do endividamento e do comprometimento de renda ocorre em contexto de melhora na qualidade da dívida. O principal argumento da instituição é que as prestações mensais com crédito habitacional substituem, em parte, despesas com aluguéis. 

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) calcula que, em julho, 65% das famílias brasileiras possuíam dívidas. O endividamento é maior entre aquelas com renda de até dez salários mínimos: 66 4%. Acima desse patamar, o índice de endividados é de 58,9%. 


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por outro lado, avalia que o nível de famílias endividadas na média das capitais brasileiras caiu de 62% em 2011 para 59% em 2012. O valor total das dívidas, no entanto, registrou aumento real. Na média, passou de R$ 1.812 para R$ 1.950 por mês

sábado, 24 de agosto de 2013

E vai piorar!!, Rombo externo já soma US$ 52 bi

País já não consegue se financiar com IED e fica mais dependente da especulação

O déficit em transações correntes – comércio e serviços do país com o resto do mundo – atingiu US$ 9,018 bilhões em julho, de acordo com o Banco Central (BC). O número é quase 2,5 vezes maior do que os US$ 3,746 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado.

Com isso, nos sete meses do ano, o rombo nas transações correntes saltou para US$ 52,472 bilhões, contra US$ 28,990 bilhões em igual período de 2012. O déficit externo já corresponde a 3,95% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, essa relação estava em 2,24%.

De janeiro a julho, a balança comercial amargou déficit de US$ 4,989 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) ficou negativa em US$ 26,222 bilhões. Já a de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) teve um buraco de US$ 23,073 bilhões.

O ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou em US$ 1,813 bilhão nos sete meses do ano.

Ainda segundo o BC, o investimento estrangeiro direto (IED), que, teoricamente, é destinado ao setor produtivo da economia, chegou a US$ 5,212 bilhões em julho. Com isso, chegou a US$ 35,239 bilhões nos sete meses do ano.

O IED, porém, foi insuficiente para financiar o déficit externo. Com isso, o país fica ainda mais dependente dos capitais especulativos para fechar suas contas externas. E aumenta o poder de fogo do lobby pela nova escalada da taxa básica de juros (Selic), que corrige parte da dívida pública nacional.


Com isso, o investimento de estrangeiros em ações negociadas no Brasil e no exterior somou US$ 269 milhões em julho e US$ 6,547 bilhões nos sete meses do ano. Já as aplicações de “gringos” em títulos da renda fixa somaram, respectivamente US$ 4,235 bilhões e US$ 15,272 bilhões. 


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Armações madein, China investiga erro informático que fez disparar acções na bolsa de Xangai

Problemas no sistema de transacções de uma casa de corretagem levaram índice bolsista a valorizar mais de 5% durante alguns segundos.
A autoridade chinesa que regula os mercados de capitais abriu uma investigação depois de identificar um problema no sistema informático de uma .casa de corretagem. Em apenas alguns segundos, o erro fez disparar em 5,6% o índice bolsista Xangai Composite, na última sexta-feira.
Segundo um comunicado da comissão chinesa de regulação bolsista, emitido no domingo, os problemas de transacção que ocorreram durante a sessão de 16 de Agosto tiveram origem num defeito no sistema de transacções da Everbright Securities.
O sistema lançou uma série de ordens de compra de acções, num montante de 23.400 milhões de iuans (2870 milhões de euros), levando o índice a registar uma subida acentuada, mas sem que nenhuma das transacções se chegasse a concretizar. Apesar da valorização pontual, que provocou alguma confusão na Bolsa de Xangai, entre os rumores de que se tratava de um “erro humano”, o índice acabou por terminar a sessão a desvalorizar 0,6%.
Depois de reconhecer o problema informático, a Everbright Securities fez saber que, com este caso, perdeu o equivalente a 31 milhões de dólares (cerca de 23 milhões de euros).
Para já, durante três meses, deixará de poder realizar transacções, assim como assumir posições nos chamados mercados de futuros (onde, por exemplo, são fixadas condições futuras na transacção de um título). 

Segundo o jornal britânico Financial Times, o regulador do mercado sublinhou tratar-se de um caso isolado, mas todas as entidades de corretagem estão agora sob alerta para potenciais problemas, tanto mais depois de analistas terem avisado para as fragilidades que o caso desperta em torno da confiança no mercado de acções na China.


sábado, 10 de agosto de 2013

Então porque o governo Brasileiro se queixa, ?Lucro da Petrobras supera expectativa e soma R$6,2 bi no 2º tri

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 9 Ago (Reuters) - A Petrobras teve no segundo trimestre lucro líquido de 6,201 bilhões de reais, valor acima das estimativas do mercado, com um crescimento da produção de combustíveis vendidos a preços maiores e uma mudança contábil que evitou perda bilionária pela alta do dólar.
No mesmo trimestre do ano passado, a gigante estatal havia registrado prejuízo de 1,346 bilhão de reais. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam em média um lucro líquido de 5,08 bilhões de reais no segundo trimestre.
Com utilização de 99 por cento da capacidade de refino, a petroleira atingiu receita de vendas de 73,627 bilhões de reais, um aumento de 8,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 2 por cento ante o primeiro trimestre, informou a companhia brasileira nesta sexta-feira.
O lucro operacional no segundo trimestre de 2013 totalizou 11,1 bilhões de reais, mais que o dobro do verificado no mesmo período do ano passado, e 13 por cento maior que o registrado no primeiro trimestre.
"Este crescimento (em relação ao 1º tri) é explicado pelo efeito do aumento dos preços de diesel e gasolina ocorridos ao longo do 1T13, pela maior produção desses derivados em nosso parque de refino, pelos ganhos com as operações de desinvestimento no exterior...", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em nota, citando ainda resultados da otimização de custos operacionais.
O lucro operacional foi reforçado por venda de participações em ativos na África, por 1,5 bilhão de dólares, em junho. Com foco na produção no Brasil, a estatal reduziu sua atuação internacional de 23 para 17 países nos últimos 12 meses.
O lucro líquido no período de abril a junho, no entanto, caiu 19 por cento ante primeiro trimestre, por impacto da depreciação cambial sobre dívida líquida, resultado que foi parcialmente compensado por alta do lucro operacional, disse a empresa em comunicado.
Diante da valorização do dólar frente ao real, a Petrobras estendeu, no último trimestre, a Contabilidade de Hedge para proteção de exportações futuras.
A nova contabilidade permitiu "que perdas cambiais de 8 bilhões reais, relativas à cerca de 70 por cento do endividamento líquido exposto à variação cambial, fossem contabilizadas no patrimônio líquido", evitando uma verdadeira sangria no resultado na empresa.
As perdas, em vez de serem contabilizadas de uma só vez no resultado trimestral, serão transferidas para o resultado à medida que as exportações forem realizadas, diluindo o impacto da variação cambial sobre os resultados trimestrais.
Mas mesmo com a nova contabilidade, a empresa teve uma despesa financeira líquida de 3,551 bilhões de reais com a depreciação cambial sobre o seu endividamento líquido.
EBITDA TURBINADO
Paralelamente, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) atingiu 18,481 bilhões de reais, um salto de mais de 80 por cento sobre o resultado alcançado um ano antes. O Ebitda veio acima da estimativa média do mercado, de 16,126 bilhões de reais.
Os reajustes nos preços do diesel e da gasolina ocorridos desde junho de 2012 e o maior processamento nas refinarias colaboraram para redução do prejuízo da divisão de Abastecimento, que caiu para 2,5 bilhões de reais no segundo trimestre, ante perdas de 7 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.
QUEDA NAS IMPORTAÇÕES
A redução das importações de derivados, num momento em que o dólar alto encarece estas operações, e menores custos também de aquisição de petróleo, devido à queda das cotações internacionais, colaboraram para o resultado da companhia e uma melhora do resultado da divisão de Abastecimento.
As importações de derivados da Petrobras recuaram quase 32 por cento no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 261 mil barris por dia.
Já as importações de petróleo passaram a superar recentemente as exportações e a empresa deixou de ser superavitária no comércio externo de petróleo.
A produção média de óleo ficou em linha com as previsões da empresa, somando 2,555 milhões de barris ao dia, em média, e praticamente estável em relação aos volumes produzidos no mesmo trimestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano.
Já a produção de derivados subiu de 2 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2012 para 2,13 milhões de barris no último trimestre.
CUSTOS E INVESTIMENTOS
O custo de produção por barril da Petrobras cresceu cerca de 13 por cento em um ano. O chamado "lifting cost" (custo de extração), descontando-se a participação do governo brasileiro, passou de 13,28 dólares no segundo trimestre de 2012 para 15,02 dólares no mesmo período de 2013.
Em relação primeiro trimestre, o aumento foi de 2 por cento, refletindo "custos das entradas em operação do FPSO-Cidade Itajaí; do TLD do FPSO Cidade de São Vicente, do FPSO Cidade de Paraty, do retorno do campo de Frade,além dos maiores gastos com pessoal decorrentes da revisão atuarial dos planos de pensão e saúde, conforme relata a estatal.
As novas plataformas permitirão à estatal elevar a produção, o que deve ocorrer a partir do segundo semestre, segundo executivos da companhia e analistas de mercado.
Os investimentos da Petrobras no primeiro semestre somaram 44,113 bilhões de reais, um aumento de 14 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Do total, a petroleira investiu 54 por cento (24 bilhões de reais) em atividades de exploração e produção e 33 por cento (14,4 bilhões de reais) em refino.
Os investimentos foram direcionados à "capacidade produtiva, à modernização e ampliação do parque de refino e à integração e expansão de nossos sistemas de transporte, através de gasodutos e sistemas de distribuição", segundo a estatal.
Já o endividamento líquido da Petrobras cresceu 19 por cento no primeiro semestre, alcançando 176,280 bilhões de reais em 30 de junho. A alavancagem, relação entre o endividamento e patrimônio líquido, ficou em 34 por cento, três pontos percentuais acima do registrado no final do ano passado.
O índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes, ante 2,77 vezes no final do ano passado